sábado, 13 de agosto de 2011



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Desvio Colossal

Há cerca de um mês, à míngua de outras histórias, porque notícias propriamente ditas nunca bastam, alguns noticiários deram ênfase especial a uma frase que teria sido proferida pelo primeiro-ministro a propósito das finanças públicas. A frase, melhor dito, o sintagma era o seguinte: «desvio colossal».

A partir deste suposto facto noticioso, como é costume, ralhou-se um bocado de lés a lés, até cansar, até aparecer uma notícia a sério, e, depois, foi tudo tratar de vida.

Como dantes se ensinava nos liceus, o sintagma é um conjunto de palavras no qual a significação individual de cada uma desaparece para receber a do conjunto em que se integram. Já as finanças públicas portuguesas são, há bastante tempo, o que toda a gente sabe.

E foi isto que o ministro das finanças veio, pois, explicar aos jornalistas, num apontamento de linguística e de humor: dando, inclusivamente, o exemplo de que se fossem acrescentadas algumas (outras) palavras na dita frase, o sentido da mesma surgiria provavelmente diferente, e era então neste que ele acreditava.